terça-feira, 29 de setembro de 2009

Passagem de comando do RCECS adiada




POR NECESSIDADE DE SERVIÇO, O COMANDANTE GERAL DA PMERJ MUDOU A DATA DA PASSAGEM DO COMANDO DO REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA "CORONEL ENYR CONY DOS SANTOS.
ELA OCORRERÁ NO DIA 06 DE OUTUBRO DE 2006, TERÇA-FEIRA, AS 10 HORAS.

"A verdadeira felicidade reside no livro dos sábios, no dorso do cavalo e no seio da mulher amada..."
 

JOSÉ ARTUR SAMAHA DE CARVALHO
TEN CEL PM

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ten Cel Samaha assume o comando do RCECS

    O nosso querido TC PMERJ SAMAHA assumirá, no próximo dia 05 de outubro às 10 horas, o comando do Regimento de Cavalaria Enyr Cony dos Santos (RCECS) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. É com grata satisfação que o Blog Policiamento Montado divulga esta notícia, por se tratar de um Oficial especializado, competente e que trará muitos dias de glória àquela Unidade de tropa montada. 
      Felicidades TC Samaha e que Deus o abençoe e guie nesta nova e nobre missão.
      Abaixo, convite formulado pelo novo comandante do RCECS:


"QUERO CONVIDA-LO PARA QUE NO PRÓXIMO DIA 05 DE OUTUBRO DE 2009 (SEGUNDA-FEIRA), AS 10:00 HORAS, VENHA COMPARTILHAR COMIGO E MINHA FAMÍLIA, DE MINHA SATISFAÇÃO EM ASSUMIR O COMANDO DO "REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA CORONEL ENYR CONY DOS SANTOS", SITUADO NA AVENIDA DOS ESTADOS S/Nº, CAMPO GRANDE.
O RPMONT ESTARÁ ENGALHARDADO AGUARDANDO SUA PRESENÇA."

JOSÉ ARTUR SAMAHA DE CARVALHO
TEN CEL PM

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mantas para o PO Montado

    As mantas para o PO Montado devem atender alguns requisitos essenciais: durabilidade, rusticidade, densidade e identificação. A região do dorso-rim do eqüino é extremamente sensível e deve ser protegida cuidadosamente. Para se evitar as temidas "pisaduras" é necessário uma manta de qualidade, uma sela se qualidade e uma encilhagem de qualidade. Não adianta um material excelente quando o policial militar não detém o conhecimento para utilizá-lo. Veja postagem a esse respeito no link: http://policiamentomontado.blogspot.com/2009/08/o-correto-encilhamento.html. Além das mantas que identificam a Unidade, às vezes são necessárias outras proteções, a exemplo dos protetores de rins, pelêgos, riser pad, etc.
    Em algumas Unidades de Cavalaria as mantas tem cores diferentes para cada tipo de atividade. Na Polícia Militar da Bahia possuímos 4 cores de mantas: a marrom para utilização no PO Montado, a preta para CTDC, a branca para desfiles cívicos e representação e a verde para competições hípicas e eventos especiais.




Emprego tático da tropa montada no CTDC

               
               O EMPREGO PREVENTIVO
Quando se visualiza, pelo tipo de manifestação, a incapacidade das forças policiais de restabelecerem a ordem, ocorrerá uma ocupação prévia de uma área onde se presuma haver concentrações não desejáveis de manifestantes e, nestas condições, a tropa de CTDC poderá ser fracionada até o nível de Esquadras para realizar principalmente patrulhamento, objetivando evitar ajuntamentos. As patrulhas a cavalo constituem um meio eficaz para a prevenção dos mais variados delitos, podendo ser empregadas tanto nas zonas de difícil acesso como nas zonas urbanas com elevadas taxas de criminalidade. Com vistas a otimizarem a sua atuação, os policiais militares devem efetuar ações de controle tanto de pessoas quanto de bens.
O emprego preventivo deve ser buscado sempre como primeira opção com o objetivo de se evitar o confronto das tropas com as forças antagônicas. As evoluções realizadas pelas tropas a pé e montada, demonstração de força e ocupação prévia e controle de pontos sensíveis servem para dissuadir a massa causando um impacto psicológico em seus integrantes.

O EMPREGO REPRESSIVO
Quando o conflito se agrava a ponto de exigir o emprego da força contra a massa, usando para isto sua grande mobilidade, velocidade, ação de choque e força, com o objetivo de dispersar a multidão e de se restabelecer a ordem, o objetivo principal de uma tropa montada, no controle de distúrbio civil, é prioritariamente, a dispersão da multidão e não sua detenção ou confinamento. Essa dispersão deve ser calculada de tal forma que dificulte ou desanime os manifestantes a realizarem outra reunião imediata. Deve-se levar em conta a integridade física de todas as pessoas envolvidas nessas operações, tanto à tropa como principalmente à força adversa.
 A última opção da tropa montada, durante uma ação repressiva, é o ataque a cavalo, conhecido como “CARGA DE CAVALARIA” quando a tropa não consegue dispersar a massa com os dispositivos normais de choque. Para permitir a carga de cavalaria, além das condições do terreno serem propícias para manobras a cavalo, é necessário que na retaguarda da massa existam vias de escoamento para a dispersão dos manifestantes, devido ao pânico que pode ocorrer na multidão diante da ação. Ela não deve ser executada em local cujas vias de escoamento não comportem a multidão, pois poderá provocar pânico incontrolável, originando depredações, pisoteamentos, ferimentos e até mesmo mortes. A carga é realizada pela tropa emassada, na formação em batalha ou linha, em uma determinada direção. A ação termina com a dispersão dos manifestantes lançados em fuga ou, eventualmente, no combate corpo a corpo, ocasião em que se poderá empregar a espada/bastão, nunca de ponta ou com golpes com o corte da espada e sim com a face da lâmina.
FonteViana, Fabiano Teixeira. EMPREGO INTEGRADO DAS TROPAS A PÉ E MONTADA EM OPERAÇÕES DE GLO. 2007. Monografia (Especialização em Equitação) – Escola de Equitação do Exército, Rio de Janeiro, 2007.

Encilhamento para o PO Montado

    Até a década de 90 era adotada como sela de policiamento a conhecida sela reúna ou reiuna. Ela tinha como características um assento mais largo, patilha baixa, mais rusticidade e durabilidade. A cilha (barrigueira) era afixada na sela através de látegos (tiras de couro para serem amarradas em argolas e ajustar a sela no animal). Atualmente as selas reúnas tem sido substituídas por selas utilizadas para a prática do hipismo (salto). São selas com um assento um pouco mais estreito e com a patilha mais alta, porém mais confortável que a sela reúna. A cilha é presa através de fivelas e não com látegos.Estas selas são mais apropriadas ergonomicamente, gerando uma melhor conformação do policial e facilitando a operacionalidade. As polícias militares de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia já utilizam este tipo de sela no PO Montado. Envie a sua opinião sobre o assunto ou a experiência da sua Unidade para o email: fabianotviana@gmail.com ou fabianotviana@hotmail.com.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Emprego técnico da tropa montada no CTDC



As técnicas adotadas pelas tropas a pé e montada são as constantes dos manuais, instruções provisórias e demais documentos que padronizam o emprego em operações CTDC.
As tropas a pé têm particularidades como o emprego do escudo, da munição química e técnicas de progressão no terreno. Quanto às formações elas se assemelham tanto no emprego da tropa a pé como na tropa montada. Uma das técnicas mais importantes, nas tropas hipomóveis, é a da utilização da espada/bastão de cavalaria. Eles podem ser usados em posição de guarda-baixa: posição na qual o cavaleiro cobre-se e está sempre pronto e apto a desferir ou parar golpes, pontas ou objetos, protegendo as pernas e abdômen; posição de guarda-média: posição na qual o cavaleiro cobre-se e está sempre pronto e apto a desferir golpes ou parar golpes, pontas ou objetos, protegendo o tronco, e posição de guarda alta: posição na qual o cavaleiro cobre-se e está sempre pronto e apto a desferir ou parar golpes, pontas ou objetos, protegendo a cabeça, pescoço e clavículas.
De posse da espada/bastão o cavalariano poderá aplicar contra as Forças Antagônicas golpes ou pontas (estocadas) e ainda se utilizar da técnica de molinetes. São evoluções que tem por principal objetivo habituar os homens a empregar a arma (espada ou bastão) com a máxima destreza e habilidade e impactar psicologicamente a Turba / Massa.
Durante a atuação de uma tropa hipo são realizadas mudanças de formação caracterizando o desenvolvimento (passagem da formação em coluna para a formação em linha. Frente maior que a profundidade. Com aceleração da andadura) ou ruptura (passagem da formação em linha para a formação em coluna. Profundidade maior que a testa. Com diminuição da andadura).
As formações mais comuns para emprego em CTDC são: coluna por três, em batalha, em linha, em cunha, escalão à direita (esquerda) e formações com apoio lateral:



            Em caso de surpresa a tropa adota a técnica da dispersão: tal manobra deverá ser executada quando o grupamento for surpreendido e se encontrar cercado, por todos os lados, por componentes de uma turba. Ao comando de “Dispersar!”, os cavaleiros deverão avançar pelo caminho mais curto, individualmente, devendo seguir direções diversas. O grupamento, após a dispersão deverá se reunir à retaguarda, em um ponto localizado a, aproximadamente, 60 m da multidão, formando em batalha e dentro dos grupos. O comando é “Reunir!”.

A utilização de determinada formação irá depender do terreno, das vias de escape, da turba e do efetivo empregado, ficando a cargo do comandante da operação.

FonteViana, Fabiano Teixeira. EMPREGO INTEGRADO DAS TROPAS A PÉ E MONTADA EM OPERAÇÕES DE GLO. 2007. Monografia (Especialização em Equitação) – Escola de Equitação do Exército, Rio de Janeiro, 2007.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Regimento de Polícia Montada 9 de Julho completa 117 anos

O Regimento de Polícia Montada "9 de julho" da PMESP comemora seus 117 anos em evento que ocorrerá  no período de 07 a 11 de outubro de 2009. O XXVIII Concurso Hípico das Polícias Militares do Brasil é um dos mais tradicionais concursos de saltos entre as polícias militares. A festa acontecerá no próprio RPMon localizado na rua Dr Jorge Miranda, 238 - Luz, São Paulo - SP. O presidente de honra do concurso é o nosso estimado Cel Eduardo José Félix de Oliveira, grande amigo das cavalarias do Brasil. O comandante do 9 de julho, TC PM Ricardo Andrioli, irmão cavalariano, e todos os que compõem aquela valorosa Unidade, aguardam a presença dos companheiros das co-irmãs. Segue abaixo a programação do evento:

07 de outubro (quarta-feira):
19 horas - Reunião de chefes de equipes
08 de outubro (quinta-feira):
9 horas - Abertura oficial do XXVIII Concurso Hípico das Polícias Militares e prova de 1,30m
17 horas - Solenidade de aniversário do Regimento (Carroussel e lançamento de livro)
09 de outubro (sexta-feira):
9 horas - Provas de 1,00m , 1,20m e 1,30m
10 de outubro (sábado):
9 horas - Provas de 1,00m , 1,10m e 1,20m
20 horas - Jantar de confraternização
11 de outubro (domingo):
9 horas - Provas de 1,10m e 1,30m

Maiores informações: (11) 3315-0003 ou email: syllas@policiamilitar.sp.gov.br

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PERIGOS SOBRE EXCESSOS NA ALIMENTAÇÃO DOS EQUINOS

Um Programa de Nutrição deve ser adequado à função desenvolvida pelo eqüino e à categoria à qual ele pertence.
Quando tratamos da alimentação dos cavalos, os nutrientes com os quais devemos nos preocupar são os Carboidratos e Lipídeos que suprem as necessidades energéticas, a Proteína que oferece os aminoácidos de que o animal necessita, os Minerais, que podem ser macro-elementos, envolvidos com a estrutura do animal e são perdidos diariamente durante o desempenho de suas atividades (Cálcio, Fósforo, Sódio, Cloro, Potássio, Magnésio, Enxofre) ou os micro-elementos, envolvidos, principalmente, com as funções metabólicas dos animais. (Ferro, Iodo, Cobre, Flúor, Manganês, Molibdênio, Zinco, Cobalto, Selênio, Cromo), além, é claro, das Vitaminas, que podem ser hidrossolúveis (Complexo B e Vitamina C) e lipossolúveis (Vitaminas A, D, E e K).
Conforme a categoria do animal, quer seja animais de lazer, trabalho, crescimento ou reprodução, existem necessidades específicas que devem ser respeitadas quando do oferecimento do alimento ao animal.
Para se suprir as necessidades mínimas de cada animal, verde (feno, silagem ou capim fresco) de boa qualidade à vontade, sal mineral específico e água limpa e fresca à vontade, complementados com uma ração de boa qualidade (baixa proteína e baixa energia) podem ser suficientes para atender a demanda.
Entretanto, muitas vezes queremos oferecer aquele algo a mais aos nossos animais, querendo que eles cresçam e se desenvolvam bem, as éguas tenham uma gestação e lactação tranqüilas e que nosso cavalo de trabalho ou esporte tenha o máximo de desempenho possível.
Devemos sempre tomar muito cuidado quando se oferecer suplementos à dieta normal, pois excessos podem ser tão prejudiciais, ou mais, quanto às deficiências. Inclusive, dependendo do nutriente, o sintoma de excesso é o mesmo da carência, dificultando ainda mais o diagnóstico.
Deve-se ressaltar que os excessos são muito prejudiciais ao bom desempenho do animal, contrário ao que muitos pensam, onde se calcula que se um é bom, dois é duas vezes melhor.
O que não quer dizer que o animal não necessite de suplementos, mas sim que estes devem ser oferecidos com critérios, e não indiscriminadamente, através de sugestão de um profissional capacitado (que nem sempre é o amigo que dá a dica). Lembre-se, acima de tudo, que o que é bom para um animal, não é necessariamente o indicado para outro.
ENERGIA
Deve ser suficiente para suprir a demanda do animal. Animais de lazer e passeio, não devem ter a mesma alimentação de um animal de competição, ou mesmo de uma égua em reprodução ou potro em crescimento.
Excessos energéticos levam à obesidade com diminuição da performance esportiva, reprodutiva e prejudicam o crescimento.
Em garanhões há comprometimento da fertilidade. Ocorre diminuição do nível hormonal e da libido. Uma égua em reprodução deve ganhar aproximadamente 13%  de seu peso durante a gestação (65 kg para uma égua de 500 kg), sendo 10% no terço final da gestação.
Devemos ter cuidados com uma superalimentação que pode acarretar problemas graves e importantes, devido ao excesso de gordura da mãe e do feto:
  1. Dificuldades no parto (ruptura das artérias uterinas, bloqueio da saída do feto devido ao tamanho deste) e diversas complicações associadas (retenção de placenta, metrite)
  2. Nascimento de um potro frágil que sofreu durante o parto (anóxia)
  3. Limitação do aumento necessário do consumo voluntário de alimento no início da lactação, que limita a produção leiteira e agrava a queda do balanço energético.
A criação de um potro visa produzir um animal muito bem desenvolvido em termos ósseos e musculares, sem acúmulo de gorduras de reserva. Devemos procurar um crescimento ótimo e não  máximo como em um animal de abate. Além disso, oferta exagerada de energia nesta fase pode levar a problemas de Doenças Ortopédicas Desenvolvimentares, como a Epifisíte.
Rações muito ricas em energia, como com cereais com 60-70% de amido acarretam enormes problemas. O intestino delgado não pode digerir todo o amido contido nos cereais; é o intestino grosso que recupera o excesso com as seguintes complicações: Fermentações Microbianas, Timpanismo / Formação de Gases, Diarréia / Queda do Tônus Digestivo, Dilatação do Ceco, Cólicas, Degeneração Cardíaca, Hepática e Renal, Dismicrobismo (alteração da Flora Intestinal) e Laminite (Aguamento).
Além disso, o excesso de ácidos graxos essenciais (energia) na alimentação impede a absorção normal de Magnésio, mineral responsável pelo relaxamento da musculatura. Portanto, em dietas muito energéticas para animais que não necessitem de tanta energia, haverá indisponibilidade de Magnésio, dificultando o relaxamento da musculatura deste animal. ”Trava” a musculatura do animal.
PROTEÍNA
Muitos proprietários e criadores de cavalos ainda pensam que alimento bom é rico em proteína. O animal tem necessidades protéicas bem específicas e que devem  ser respeitadas.
Querer aumentar a massa muscular de um animal através do uso de proteína tem um fator limitante muito forte: a Genética. Se esta não for adequada, não adianta oferecer mais proteína ou mesmo aminoácidos (parte da proteína) que o animal não deverá ganhar músculos além daquele que sua genética permitir.
Além disso, os excessos de proteína na dieta causam Aumento da Flora Patogênica no Intestino Grosso, com conseqüente: Enterotoxemia, Problemas Hepáticos, Emagrecimento, Problemas Renais, Má Recuperação após o Esforço, Transpiração Excessiva (perdas excessivas de Eletrólitos), Cólicas e Timpanismo, Dismicrobismo (alteração da Flora Intestinal) podendo levar a quadros de Laminite (Aguamento).
MINERAIS
Existe uma interação entre os elementos minerais, e se houver um excesso de um único elemento mineral, podemos ter uma síndrome chamada de carência induzida, onde o excesso de um elemento mineral, causa a deficiência de outro elemento, mesmo que esse outro elemento esteja em quantidade adequada na dieta. O de excesso de Selênio pode causar problemas nos cascos por prejudicar a absorção de enxofre, fundamental para a constituição de aminoácidos sulfurados integrantes da formação córnea. Além disso pode ocorrer anemia, inquietação, perda de peso, queda do pêlo da cauda e crina, fezes fluidas escuras. O excesso de Ferro prejudica a absorção de zinco e cobre, em detrimento da solidez óssea, prejudica a produção de hemoglobina e a elasticidade dos tendões. O aumento da taxa sangüínea de  ferro acelera a utilização da vitamina E e predispõe a lesões musculares. O excesso de Potássio é muito perigoso; ele induz a uma grande fadiga muscular e pode levar a problemas cardíacos. Devemos tomar muito cuidado com uma alimentação muito rica em melaço, pois este é rico em potássio. O excesso de Cálcio predispõe o animal às Doenças Ortopédicas Desenvolvimentares. Prejudica a absorção de Zinco e Manganês. Aumenta a densidade óssea. O excesso de Fósforo leva à deficiência de cálcio,  tendo como sintoma mais clássico a cara inchada. O excesso de Sódio, através do oferecimento de sal sem disponibilidade de água, pode levar a quadros de cólicas, diarréia, fraqueza e paralisia do posterior. Excesso de cobre leva a anemia hemolítica aguda, icterícia, com danos hepáticos e renais e morte. Excesso de Zinco predispõe a Doenças Ortopédicas Desenvolvimentares, rigidez e claudicação. O excesso de Cobalto tem o mesmo sintoma de sua deficiência, isto é, deficiência de vitamina B12.
VITAMINAS
Existem diversas situações em que o cavalo pode se beneficiar de uma suplementação extra de vitaminas, tais como animais submetidos a stress (transporte, exposição, competição), animais nervosos, animais em treinamento ou atividade física prolongada, animais debilitados ou anêmicos.
Porém, mesmo nestes casos, deve-se observar a quantidade diária necessária para suprir estas necessidades extras, para não se ter surpresas desagradáveis.
O excesso de Vitamina A pode causar fragilidade óssea, descamação da pele, aumento do tempo de coagulação sangüínea, o que pode resultar em hemorragia interna.
A toxicose por excesso de Vitamina D é a mais comum pela utilização de alimentos inapropriadamente enriquecidos com esta vitamina. Ela estimula a absorção de cálcio e fósforo, promovendo uma deposição excessiva de cálcio em vários tecidos, como coração, parede de vasos sangüíneos, rins e diafragma. Leva a uma queda no desempenho do animal, perda de peso ou diminuição da taxa de crescimento, rigidez de tendões e ligamentos, aumento da freqüência cardíaca, etc.
OUTROS EXCESSOS
Hoje em dia está muito na moda a administração de vários tipos de nutrientes aos animais visando um aumento da performance, principalmente atlética.
Entretanto, mais do que estar na moda, não há evidência científica alguma que comprove a eficácia de se adicionar este ou aquele nutriente à dieta do animal.
Seus excessos ainda não estão comprovados como tóxicos, exceto por poderem sobrecarregar os rins, porém sua eficácia também não está comprovada. Sua toxicidade comprovada se dá muita mais em relação aos custos, pois são produtos caros sem eficiência comprovada.
Nesta categoria situam-se principalmente os suplementos de aminoácidos, tais como:
Creatina:
É derivada de Glicina, Arginina e Metionina. O aumento da concentração de creatina no músculo esquelético resulta em um incremento de energia, aumenta a síntese protéica e massa muscular, com aumento da performance atlética. Os Aminoácidos que constituem a creatina estão normalmente presentes em uma dieta equilibrada, onde deverá haver uma formação adequada da quantidade de creatina necessária ao organismo. Não há comprovação que sua suplementação direta aumente sua quantidade no músculo. Além disso, o incremento de energia originário do uso da creatina se dá apenas na fase anaeróbica do exercício, nos primeiros 40-60 segundos do início do exercício, portanto, tem duração extremamente curta.
Carnitina
A Carnitina é um aminoácido derivado da Lisina e Metionina, encontradas normalmente em uma alimentação equilibrada. O processo aeróbico ocorre dentro da mitocôndria, o anaeróbico acontece no citoplasma. A membrana mitocondrial não é permeável ao ácido graxo, diferente do sarcolema, que o é.  A carnitina é o aminoácido responsável por levar o ácido graxo para dentro da mitocôndria, disponibilizando mais energia para a célula. Também não há comprovação de elevação da performance esportiva ao se administrar carnitina extra ao animal
BCAA (Branched-chain amino acid)
Composto por Leucina + Valina + Isoleucina.
Diminui efeito fadiga (estimula o Triptofano) e minimiza a degradação protéica.
Sem comprovação da eficácia.
Aminoácidos em Geral
Evidências Clínicas demonstram que certos aminoácidos (Arginina, Histidina, Lisina, Metionina, Ornitina, Fenilalanina) podem estimular a liberação de hormônios do crescimento, insulina, glicocorticóides e promover processos anabólicos.
               
Entretanto, há poucas evidências que a suplementação extra destes aminoácidos promovem melhora na performance atlética.
Outros Suplementos:
Complexo B
As vitaminas do complexo B estão relacionadas com todas as reações metabólicas, proteção hepática e cutânea e elaboração da Hemoglobina. Muito utilizado por animais Puro Sangue Inglês, sem, entretanto ter evidências reais que sua suplementação extra melhore a atividade atlética. Entretanto, muitos o recomendam preventivamente.
DMG (Dimetil-Glicina)
A dimetilglicine, um intermediário normal no metabolismo da colina (componente importantíssimo no metabolismo energético) é uma substância controversa. A DMG pode aumentar utilização de oxigênio e por meio disso diminuir níveis de ácido láctico em animais sob extremo stress, sendo responsável por um nível de ácido láctico sanguíneo mais baixo depois do treinamento. Em estudos nos EUA, com animais de corrida observou-se menor agressividade, apetites e atitudes melhores e para melhor recuperação após competição e treinanamento do que o grupo de controle estudado. Um outro efeito de DMG no sistema animal é um realce de mecanismos imunes. Deve-se ressaltar que os benefícios da suplementação extra com DMG não estão bem definidos, necessitando de maiores estudos.
               
Cromo
O Cromo é utilizado pelos atletas para desenvolver a musculatura e reduzir a gordura corporal, eleva a atividade de insulina,  e melhora a resposta do sistema imune.  Entretanto, não está comprovado que a ingestão de níveis extras de cromo melhora a performance do animal.
CONCLUSÃO
Claro está que para se obter o máximo de performance de um animal deve-se partir de uma alimentação básica equilibrada.
Conforme a atividade física do animal, devemos incrementar esta alimentação e adequá-la às reais necessidades do cavalo, e não de seu dono.
Existem inúmeros suplementos disponíveis no mercado. A grande maioria extremamente benéfica ao desempenho do cavalo, se bem aplicada.
Deve-se sempre consultar um técnico especializado para saber o que mais se adapta às suas necessidades para podermos extrair o máximo de cada animal.
Lembre-se, entretanto, que existem variações individuais tais como raça, temperamento, digestibilidade individual, clima, estado geral do animal, além, é claro, da genética que limitam e delimitam o uso de qualquer suplemento para aumentar o desempenho do seu cavalo.
André Galvão Cintra
MV, Prof. Esp.
Presidente Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Bretão