quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SEMINÁRIO NACIONAL DE TROPA MONTADA DISCUTE RAÇA APROPRIADA E POLICIAMENTO COMUNITÁRIO

  Dando continuidade, ainda no dia 03/08, foram realizadas mais duas discussões sobre os temas: “MORFOLOGIA DE RAÇA APROPRIADA PARA O PO MONTADO E CDC MONTADO” e “POLICIAMENTO COMUNITÁRIO E PROJETOS SOCIAIS”. O primeiro tema ficou a cargo do grupo 02 composto pelas polícias militares do Rio de Janeiro e de Pernambuco. Os Veterinários TC PMERJ Eugênio e MAJ PMPE Gilson foram os palestrantes. Algumas questões polêmicas foram levantadas por este grupo, a exemplo de: (1) definição de uma raça própria ou definição de características essenciais para um eqüino de PO montado e CDC; (2) criação ou aquisição de animais; (3) doma racional ou tradicional; (4) o cavalo lusitano e sua adaptação ao serviço de policiamento; (5) o BH e o crioulo.
  O Maj PMPE Gilson afirmou que cerca de 60% do seu plantel é formado de animais LUSITANOS e os outros 40% são BRASILEIRO DE HIPISMO (BH) decorrentes de seus entrelaçamentos genéticos das raças Holsteiner, Westfalen, Hannoveriano, PSI, etc. Defendeu que este animal adaptou-se bem à atividade de policiamento e à prática da equitação por parte da tropa. Alertou que profissionais capacitados e especializados não deveriam ser retirados das Unidades de Tropa Montada sob pena de se haver solução de continuidade na evolução das Cavalarias. Levantou alguns questionamentos acerca da proporção ideal entre policiais militares e plantel, o que fazer com eqüinos excedentes e inservíveis e qual o melhor para o PO montado: BH, Lusitano ou Crioulo?
  Em seguida aconteceu a explanação do grupo 3 formado pelas PM da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, representadas respectivamente pelo TEN PMBA MORENO, MAJ PMCE DURVAL e CAP PMRN NAILTON. O Maj PMCE Durval iniciou a apresentação tratando sobre os indicadores sociais do Brasil e a realização de projetos sociais nas Cavalarias. Constatou-se que apenas as PMMT e PMRN não possuem a Equoterapia como parte de suas atividades; a primeira por estar em processo de implantação e a segunda por falta de recursos e instalações adequadas à prática. A sinergia entre a Cavalaria e a comunidade existe, porém pode ser potencializada e mais explorada pelas Unidades. Tratou-se também da importância das Cavalarias no serviço de relações públicas com a comunidade.
  Após as palestras da tarde do dia 03 foi aberto espaço para questionamentos e debate. O CEL PMESP EDUARDO FÉLIX – Coordenador de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo e eterno comandante do Regimento 9 de Julho, afirmou que “uma Unidade de Tropa Montada não sobrevive sem a equitação” e parabenizou o Comando do RCECS pela exitosa reunião das Cavalarias no Seminário. Disse ser favorável à busca de uma raça apropriada para o policiamento montado, porém demonstrou preocupações que devem ser observadas, pois uma patrulha montada necessita de BELEZA e EFICIÊNCIA, ou seja, a tropa montada deve estar bem apresentada, com conjuntos harmoniosos e bem uniformizados e equipados, e que esta BELEZA deve estar acompanhada da eficiência na prestação do serviço de preservação da ordem pública. O Cel PMESP Félix externou uma outra questão sobre os o tamanho dos Regimentos de Cavalaria, pois a relação custo X benefício não seria viável para a Sociedade em Unidades de grande porte.
 O MAJOR PMES SARTÓRIO, em brilhante intervenção, ressaltou que deveríamos nos preocupar com as características do animal a ser empregado na atividade-fim da Cavalaria. “Um eqüino de sangue quente, árdego, desequilibrado não é o que queremos. Precisamos de animais calmos, equilibrados e com andadura diagonalizada, o que irá proporcionar uma melhor execução do serviço e com resultados mais eficazes. O cavalo lusitano possui como características um certo desequilíbrio e o sangue quente, além de na sua maioria ser da pelagem tordilha, o que acarreta problemas na operacionalidade e no impacto psicológico que deve exercer frente às massas e turbas.”
  O TEN PMPR AIRES disse ser a favor da criação de animais para distribuição entre as polícias militares, num local adequado e com profissionais especialistas e com a possibilidade de aquisição de sêmem de Instituições públicas, privadas e pessoas amigas e amantes do cavalo.
  O CEL PMDF MORETTO alertou para a necessidade de formularmos um projeto objetivo e modular para apreciação da SENASP, com vistas ao atendimento das demandas de todas as Cavalarias, notadamente as pertencentes aos Estados-sedes da Copa do Mundo de 2014.
  A Brigada Militar sugeriu o investimento da SENASP na sua coudelaria que seria capaz de fornecer animais para as polícias militares visando a Copa do Mundo.
  O TEN PMMG FELIPE externou a existência de uma Coudelaria do RCAT, registrada, que produz animais da raça Brasileiro de Hipismo e com previsão de 131 animais até 2014 para serem utilizados no Mundial, demonstrando que é possível a criação e com resultados muito bons a nível operacional e genético.

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